#ENTREVISTA - ANDERSON FARIAS Toka Literária

como o autor Anderson Farias que escreveu O Império da Flor 0 primeiro livro da saga A Guerra Oculta dos Homens.

Anderson Farias é baiano e conhece de perto a caatinga. Nasceu em Vitória da Conquista, na Bahia onde vive. Seu principal projeto literário é a escrita da saga A Guerra Oculta dos Homens, cujo primeiro livro, O Império da Flor, iniciado em 2011, foi fruto das suas principais paixões na literatura.

Olá Anderson. Muito obrigado por conceder essa entrevista, fico muito honrada por ter você aqui no meu blog, então vamos começar. Como surgiu a ideia de escrever O Império da Flor?

R: Após uma ideia fracassada de elaborar um RPG estilo steampunk num universo criado, observei que o material que sobrou dava para ser aproveitado em outro tipo de projeto. Eu tinha 16 anos e era a primeira vez que a escrita de um livro surgia em minha mente. Foi uma conexão profunda: as ideias, o enredo, os nomes, vieram todos de uma vez e eu não pude ignorar essa pulsão criativa. Dez anos depois, o resultado está no livro que você pôde ler.

Qual foi a cena mais desafiadora para você escrever?

R: A cena do incêndio onde jovens universitários foram mortos. Ela foi escrita meses antes do incêndio na Boate Kiss, em 2013. Então você pode imaginar que, além de ter sido extremamente difícil descrever tal cena, ter visto algo parecido acontecer com jovens do meu país, meses depois, foi triste e angustiante. Desde então não tenho frequentado festas de jovens.

Um detalhe que eu percebi e que os nome dos personagem e dos lugares são bem diferentes então... Qual foi a sua inspiração para os nomes dos personagens e dos lugares?

R: Arcadênsia, o país em que se passa o livro, é inspirado no Brasil do século XIX. Desse modo, como eu poderia usar nomes que não fossem aportuguesados, no mínimo? Alguns nomes de personagens, no entanto, fogem dessa regra, mas são ora estrangeiros, ora muito antigos, no livro. Mas a maioria dos nomes tem uma lógica própria, seja de região, seja de cultura -- e para chegar à invenção dos nomes, precisei chegar antes à invenção das regiões e das culturas de Arcadênsia.

Você tem alguma mania quando escreve?

R: A minha única condição para escrever é estar num lugar silencioso.

Você se inspirou em alguém da vida real para criar algum personagem ou lugar?

R: Três personagens são inspirados em personalidades históricas do nosso país: D. Pedro II, Horácio de Mattos e Antônio Conselheiro. E saber quem inspira quem no livro não é tão difícil.

Qual personagem tem a personalidade mais parecida com você?

R: Eu diria que alguns personagens carregam características minhas em pequenas doses. Nidevaxe, Galduíno e Estraas são exemplos, de algum modo.

Qual seu personagem favorito e qual foi o mais difícil de escrever?

R: Eu definitivamente gosto da astúcia do Marquês de Nidevaxe, que é um entusiasta de conspirações e ameaças. E ele foi, também, o mais difícil de escrever. É muito complicado fazer com que um personagem convença tanta gente e ao mesmo tempo guarde seus próprios segredos. E ele é, de fato, um homenzinho cheio de veneno para destilar. E provavelmente conspirará muito mais do que já vimos.

Quantos livros vai ter a saga A Guerra Oculta dos Homens?

R: Serão quatro livros. Mas se for necessário ir além disso, eu o farei. Dependerá do andar da carruagem.

Tem alguma previsão para o segundo livro da saga A Guerra Oculta dos Homens ?

R: Provavelmente em 2023. O livro dois, que se chamará O Declínio da Flor, está reescrito pela metade. Mas o trabalho de se autopublicar é custoso, solitário e demorado. O Império da Flor demorou 3 anos desde a última cena até ser publicado.

Se pudesse falar qualquer coisa para os seus leitores, o que falaria?

R: Falaria que essa série, A Guerra Oculta dos Homens, vai trazer a eles uma experiência chocante, aterrorizante, mas cheia de mistérios e segredos que levarão às mais belas teorias. Essa série é um baú de surpresas. E tudo, até o fim, já está esquematizado.

Você pode dizer o que podemos esperar para o próxima livro?

R: O desfecho de alguns conflitos iniciados em O Império da Flor, além de uma exposição maior do mundo dos magos, da ligação entre Palarsan e Estraas, do que acontecerá os Dorinsor e à monarquia arcadensita, além de mover as personagens femininas, que já engatilhei no livro um. Existe um mal que insurgirá dos escombros da guerra e que dará forma aos conflitos nos próximos dois livros.